Era véspera de Natal. Um jovem pai permanecia sozinho, próximo à lareira, na mesa do café; sua esposa e filhos haviam ido, sem ele, a Igreja local. Não que ele fosse hostil acerca de certas coisas... ele somente não via sentido nelas e ali permaneceu. De repente, uma agitação do lado de fora: um bando de passarinhos procurando abrigo. Talvez atraídos pelo calor da lareira, batiam repetidamente contra a vidraça. Sem fazer nada, ele observava as pequenas criaturas exaustas, começando a cair, uma a uma, sobre a relva.
Subitamente, ele teve uma ideia! E, apanhando seu agasalho, dirigiu-se rapidamente ao celeiro. Apressadamente, escancarou as portas e acendeu as luzes a fim de atrair os pássaros para o calor e segurança. Mas, para a sua decepção, quanto mais se esforçava, mais os assustava. Até que, finalmente, desapontado, retornou para dentro de casa.
“Poxa, se eu pudesse fazê-los entender...”, ele pensava. “Se pelo menos eu pudesse tornar-me num deles, certamente conseguiria conduzi-los à segurança, fazê-los entrar...”. Nesse momento, então, à distância, ele ouviu os sinos da Igreja começarem a tocar o Natal. Cada badalada parecia ecoar suas palavras: “num deles... num deles... num deles...”
Foi aí que ele compreendeu. Havia uma
razão para o Natal. Cristo veio à Terra para tornar-se um de nós, pois só assim
Ele poderia conduzir-nos à Eternidade. De joelhos, chorando, ele abriu seu
coração para Aquele que tanto o amou. E, pela primeira vez em toda a sua vida,
era Natal...
(Autor desconhecido)
Nesses tempos tão difíceis de pandemia e doenças tão graves à humanidade, sofremos com a luta desigual, especialmente com este vírus, muitas vezes letal, que nos leva pessoas tão amadas e tão caras para os seus e para a sociedade. Farão falta, com certeza, e também seus conhecimentos, adquiridos com inúmeras renúncias e sacrifícios, que mudaram muitas histórias e vidas. Com certeza, eles levavam também, a presença Misericordiosa de um Deus que caminha conosco, que segue companheiro em nossa história, em nosso fazer, em nosso saber. Sim... farão falta!...
Porém, e nós?! Nós, que temos a graça de continuarmos aqui, que faremos? Como estamos vivenciando esse tempo de provações e angústias? Como faremos pra nos tornar “um” dos Discípulos dEle? Ele, que vem novamente nos trazer a Paz de Deus e a Promessa de um renovado Caminho, de Filhos e Filhas de Deus. Estamos dispostos a nos deixar transformar pela ternura daquela Criança, que crê naqueles que vê e à qual podemos oferecer crescimento, disponibilidade e amor a Deus e a todo próximo? Sim, sua Presença, nesta Criança, sempre nos traz novo alento, aquecendo nossos frios corações, na promessa de novos dias. Porém, o Menino Deus espera a todos nós, mas, especialmente, aos que O procurarem, O buscarem com humildade, doação, coração aberto à fraternidade... Devemos e podemos fazer com que aconteça o NATAL todo dia?
Sim! Com o nosso Batismo e pela força do Espírito Santo, vamos procurar Vê-lo, Buscá-lo, como os Pastores, com toda nossa pequenez, dores, medos... Mas, também com nossa alegre gratidão pelos anos passados com nossos queridos familiares e amigos e por podermos, ainda, por sua bondade, continuar testemunhando com nossa própria vida o Amor de Deus Misericordioso, presente nas necessidades do outro, de nossa igreja, de quem precisar. Sim, colaborando, comprometendo-se, transformando e se deixando transformar, com nosso SIM, para construir um mundo melhor e cristão, motivo principal de estarmos aqui.. SER um deles... um/a dEle... Coragem! Ele nos aguarda em Belém... e nos necessitados também. Bom e abençoado NATAL!
*Por Silvana Figueiredo, comunidade Nossa Senhora das Dores