REFLEXÃO DIÁRIA – Pe. Giovanni Pontarolo

Pe. Giovanni Pontarolo - Missionário pela oração / Ibiporã-PR
 



32 Comum Quarta f. = Lc 17,11-19 = Dez leprosos curados, só um agradece.

 

Vinde, Espírito Santo, oração espontânea

 

Leitura: Pela Palavra inspirada Deus se manifesta a seus filhos.

 

11 Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus passava pelos confins da Samaria e da Galiléia. 

12 Ao entrar numa aldeia, vieram-lhe ao encontro dez leprosos, que pararam ao longe e elevaram a voz, clamando:*

13 Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!

14 Jesus viu-os e disse-lhes: Ide, mostrai-vos ao sacerdote. E quando eles iam andando, ficaram curados.

15 Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz.

16 Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradecia. E era um samaritano.

17 Jesus lhe disse: Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove?

18 Não se achou senão este estrangeiro que voltasse para agradecer a Deus?!

19 E acrescentou: Levanta-te e vai, tua fé te salvou. 

 

Meditação: Na leitura da Palavra o que chama minha atenção? Que sentimentos, apelos desperta em mim?

 

32 Comum Quarta f. = Lc 17,11-19 = Dez leprosos curados, só um agradece.

Os leprosos eram excluídos do convívio com os outros. Viviam geralmente fora dos povoados, pedindo esmola na estrada. Naquele tempo não havia remédios contra a hanseníase e as feridas estavam à vista de todos, feias, fedidas.

 

Dez leprosos estão unidos pela mesma doença, param à distância e juntos gritam pedindo a cura: “Jesus, Mestre tem compaixão de nós”. Jesus não cura na hora, mas pede fé: “Ide e apresentai-vos aos sacerdotes”. Não estão curados, mas devem ter fé para serem curados e devem ir ao sacerdote para receber o atestado da cura. Enquanto estão a caminho são curados.

 

A cura é um sinal do amor de Deus que ama todas suas criaturas, bons e maus. Um samaritano volta a Jesus para agradecer e louvar a Deus. Tem fé não só para pedir a cura do corpo, mas também para voltar e louvar a Deus. Jesus o elogia porque sabe agradecer pela cura e afirma: “A tua fé te salvou”. Esta é a fé que salva, une a Deus e faz discípulos. Só um teve fé salvífica que levou ao agradecimento: reconheceu a Cristo Salvador e não somente a Cristo taumaturgo. A fé que salva é amor e compromisso com o Salvador.

 

Há uma Fé pedindo cura, mas não salva, os dez leprosos pedem a graça da cura: devem ter fé e devem ir ao sacerdote para receber o atestado de saúde. Enquanto estão a caminho são curados, mas não estão salvos.

 

Há uma Fé que salva. O samaritano não conhece toda a lei e os profetas, mas louva a Deus, reconhece com gratidão o dom recebido, e volta a Jesus para glorificar a Deus. “A tua fé te salvou”: tem fé não só para pedir a cura do corpo, mas também para agradecer e louvar a Deus: Esta é a fé que une a Deus e salva.

 

Oração: Eis-me aqui ao serviço do Senhor....... Louvar, amar, pedir, agradecer, pedir perdão, sorrir, chorar, prometer.

 

Jesus, “Mestre, tem compaixão de nós”. Normalmente sabemos agradecer os benefícios que recebemos dos homens; mas nos esquecemos de sermos agradecidos para com Deus. Agradecemos a vida, a fé, o alimento, o ar que respiramos, a saúde, as oportunidades da vida?

Tudo é dom do Pai, e Jesus é o grande dom para a salvação. Que eu não me limite somente a pedir ao Pai cura e saúde, mas em primeiro lugar a fé da salvação. E que saiba agradecer e louvar também na frente dos outros, como o samaritano.

 

Contemplação: Deixar-me envolver pelas coisas de Deus. Em cada pessoa que encontro, em cada acontecimento é Jesus que vive, se alegra, sofre e necessita de mim.

 

Padre Pierluigi Maccalli, missionário da Sociedade de Missões Africanas, foi sequestrado por terroristas na sua missão em África.

Após passar dois anos de prisão no deserto entre o Níger e Mali, foi libertado em 8 de outubro passado. Ele agradece a Deus pela sua libertação e pede pela paz.

 

Padre Maccalli confiou: As lágrimas foram meu pão por muitos dias e foram minha oração quando eu não sabia o que dizer. Eu as ofereço em oração para regar a terra árida da missão, mas também a terra árida dos corações que sentem ódio causando guerra e violência".

 

No deserto se vai sempre ao essencial. Lá você percebe que o essencial é ter água para beber, ter algo para comer, mesmo que seja a mesma comida todos os dias, cebolas, lentilhas e sardinhas. Mas você vê que não são os pratos refinados que fazem a substância.

 

Este também é o caso na vida espiritual: o que conta é paz, perdão e fraternidade, e como missionário me sinto ainda mais encorajado a ser um testemunho de paz, fraternidade e perdão, hoje e sempre.

 


REFLEXÃO DIÁRIA – Pe. Giovanni Pontarolo